
Em sua voz ouvimos versos de Pablo Neruda, de Violeta Parra, de Victor Jara e Gabriela Mistral e canções como Hasta La victoria Siempre, Gracias a la vida e Corazón Libre. Embalou e comoveu gerações de homens e mulheres latino-americanos oprimidos pelas ditaduras militares que assolaram a América do Sul nos anos 70 e 80, sendo também vítima, sofrendo na pele as dores do exílio. Apesar disso, nunca deixou o compromisso político com os ideais de liberdade, igualdade e justiça social para os povos latino-americanos, com a atitude de sua voz e seu ativismo político.
Levou para o mundo as tradições e a cultura popular dos povos da América-Latina, cantando seus lamentos, tristezas e a perspectiva da mudança diante de realidades tão sofridas.
Seu funeral foi seguido por milhares de admiradores, que com aplausos, lágrimas e canções fizeram sua última homenagem a esta grande voz que deixou marcas profundas nas últimas décadas do século 20 e uma obra eternizada para gerações futuras .
Como escreveu Teresa Parodi, uma das amigas mais próximas, em seus versos de despedida: "Mercedes, oração amorosa, mãe, mulher da América ferida, tua canção nos põe asas e faz com que a pátria toda e desolada não morra ainda porque sempre cantarás em nossas almas".
Com certeza, esta voz se cala por apenas um instante, pois suas mensagens de liberdade, democracia e justiça ressoarão perenemente nos corações e mentes desta América-Latina tão espoliada, mas símbolo de revoluções e movimentos insurrecionais.
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