sábado, 21 de novembro de 2009

Homenagem Adoniran Barbosa




Adoniran Barbosa, nascido João Rubinato em 06 de agosto de 1910 na cidade de Valinhos,SP.

Adoniran, como poucos compositores paulistas, descreveu em suas letras a cidade de São Paulo, com suas tensões e contradições, narrando como um cronista o cotidiano daqueles homens e mulheres que estavam a margem das transformações urbanas da cidade nas décadas de 50 e 60.

Ele foi um observador atento e afetivo, catalisador de mudanças e permanências, capturando em suas músicas fragmentos do dia-a dia da cidade que se transformava.

Suas canções expressavam com maestria e irreverência a vida do homem comum, com seu português "mal-falado" mas muito bem entendido, fazendo de suas músicas obras eternizadas na memória musical de todo o país, a força de suas canções se manteve presente na memória de diferentes gerações.

Quem consegue esquecer versos de "Saudosa Maloca", "Iracema", "Trem das Onze", entre tantas outras que são cantadas até hoje em toda roda de samba em qualquer lugar do Brasil.

Destacou-se também como rádio ator, encarnando tipos caricatos do cotidiano das favelas paulistanas, o mais famoso deles foi Charutinho que com sua mulher Pafunça estrelavam um dos programas de maior audiência da Rádio Record no final da década de 60, Histórias das Malocas. Este programa primava por diálogos permeados por humor e crítica social, os ouvintes se emocionavam, se identificavam e riam com Charutinho e sua turma.

Ao retratar uma realidade tão cruel, Adoniran denunciava os conflitos urbanos, dramas sociais e o cotidiano das malocas.

Por isso Adoniran Barbosa merece toda nossa admiração, figura emblemática do samba paulista e da música popular brasileira, poeta e cronista que através da escrita e de sonoridades se tornou reconhecido como a " a voz da cidade".




sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Conquista do Acampamento Nacional - MST

Cesare Battisti e a (in)justiça Brasileira



Na última quarta-feira (18/11) a esquerda brasileira, assim como o movimento comunista internacional levaram um terrível golpe, após meses de discussão no Supremo Tribunal Federal, os ministros após votação apertada decidiram pela extradição do camarada Cesare Battisti. O STF a serviço do capital tomou uma decisão que vai contra a democracia brasileira e seus princípios humanitários, e aos movimentos sociais que lutam por um a sociedade mais justa e igualitária. Pressionados pelos setores mais conservadores da sociedade brasileira e de sua mídia golpista os ministros do STF votaram pela entrega de Battisti as autoridades italianas.
Cesare Battisti recebeu a condição de asilado político no início deste ano por parte do governo brasileiro. Battisti foi militante do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) organização de esquerda que pegou em armas para resistir ao Estado autoritário Italiano na década de 70 governado pela Democracia Cristã, esse período devido ao seu recrudescimento e perfil anticomunista ficou conhecido como “Anos de Chumbo”.
Cesare Battisti acabou sendo preso e condenado por supostos crimes cometidos nesse período, mas foram considerados delitos comuns e não políticos. O mesmo regime da Democracia Cristã que caçou comunistas e restringiu liberdades, julgou e condenou de forma injusta Battisti.
Desde então Battisti passou por diversos países, se refugiando para não cumprir a pena imposta pela justiça italiana.
Apesar de decisão desastrosa, nós da esquerda brasileira assistimos de maneira inerte e anestesiada o caso Cesare Battisti, pouco se viu de movimento organizado pedindo a libertação ou a confirmação do asilo político, não vimos manifestações de rua ou ações mais radicalizadas que pudessem pressionar o STF para tomar decisão oposta. Coube a Battisti iniciar uma greve de fome que ainda perdura para sensibilizar a justiça brasileira.
Cabe agora ao governo Lula tomar a decisão final sobre a extradição de Battisti, afinal o STF lavou suas mãos após decidir pela expulsão de Cesare Battisti. Apesar de todas as limitações programáticas do Partido dos Trabalhadores, seu abandono aos ideais socialistas se propondo a administrar as mazelas do capitalismo e o não rompimento com as instituições do Estado burguês, esperamos que o presidente Lula, se ao menos, não pela lógica política, mas pelo caráter humanitário reverta essa decisão do STF e garanta o asilo político ao camarada Battisti. Senão poderemos comparar tal episódio, guardada é claro, as devidas dimensões históricas, as extradição realizada pelo Estado Novo de Vargas da comunista Olga Benario ao governo nazista alemão e anos mais tarde seria morta na câmara de gás. Entregar Cesare Battisti ao governo neofascista de Berlusconi é sentenciá-lo a morte.

Jefferson Carvalho

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

20 Anos da Queda do Muro de Berlim


Como Hobsbawn analisou em seu livro Era dos Extremos, o breve século XX iniciou-se com a 1ª guerra e findou-se com a queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética. Um século marcado por guerras e tensões políticas, que tiveram como base a ideologia do capital e a construção do socialismo.

Atento neste início de semana, como seria tratado os 20 anos da queda do muro de Berlim, já estava preparado para o tom de vitória e de comemoração à data pelos setores mais à direita da sociedade e dos defensores da economia de mercado e do fim da “crise do capitalismo”.

Os jornais e a televisão mostraram a festa e a integração das duas Alemanhas permeadas pela globalização e pela sociedade do consumir, os alemães do lado oriental não tinham a ilusão de consumo, e aquela sociedade estava assentada sobre outros valores sociais. Alguns anos passados, e as mazelas da desigualdade do capitalismo se fizeram presentes, o desemprego, a violência e a pobreza, mostraram suas faces cruéis, em uma sociedade na qual as políticas de Estado eram marcantes. Hoje não podemos falar em uma integração completa entre o lado ocidental e oriental da Alemanha, um muro invisível construído pelo capital ainda separa aquele país.

É pena, que setores e companheiros de esquerda, também viram como avanço o fim do socialismo naqueles países, dizem que de fato aquilo não tinha nada de socialismo nem mesmo de transição para uma sociedade de iguais e de produção controlada pelos trabalhadores.
Podemos citar aqui, todas as limitações do socialismo real no leste europeu, seus erros, mas para o movimento comunista internacional a queda do muro significou uma grande derrota. O socialismo real era uma das últimas resistências ao capital, principalmente em sua fase mais nefasta, o neoliberalismo.
Com a União Soviética e as outras repúblicas socialistas havia uma correlação de forças mais favorável aos movimentos dos trabalhadores e de luta pelo socialismo. Porém com os desmoronamentos dessas experiências a esquerda internacional sofreu um grande baque e atualmente vive um imenso refluxo. Podemos apenas destacar o movimento camponês, que tem até mesmo uma organização internacional, a Via Campesina. Sindicatos de trabalhadores urbanos, demais movimentos vivem um esvaziamento político, e algumas organizações partidárias se perdem no “programa máximo” e não dialogam com os movimentos sociais. Arrasados nas duas últimas décadas pela ideologia do livre mercado e da sociedade do intenso consumo que chegou a anunciar o fim da história, esses movimentos tentam ganhar fôlego novamente com as fissuras do modelo neoliberal e do capital com sua lógica irracional e destrutiva, mas ainda muito precisa ser feito.

Cabe colocarmos aos que festejam a queda do muro de Berlim, os outros muros construídos nos últimos vinte anos para proteger os interesses dos países ricos e manter os “ intrusos” longe, podemos citar o muro levantado entre os Estados Unidos e México, outro na fronteira entre Israel e a Palestina, todos esses legitimados pelo mundo capitalista. Sem falar nas barreiras invisíveis, mas tão eficientes como muros de concreto, é só falarmos sobre o protecionismo econômico das economias centrais, sua perseguição aos imigrantes, colocando cada vez mais imposições para barrar a entrada de imigrantes de países pobres.

Então companheiros, é hora de levantarmos nossas vozes contra toda essa onda conservadora que assola o mundo e nosso país, precisamos denunciar e atacar por todos meios os setores que criminalizam os movimentos sociais e usam seus jornalões e revistas para difundir seu ideário do atraso contra os setores compromissados com a luta dos trabalhadores.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

40 Anos sem Marighella


"Não ficar de joelhos, que não é racional renunciar a ser livre. Mesmo os escravos por vocação devem ser obrigados a ser livres, quando as algemas forem quebradas."
( Carlos Marighella)

Há 40 anos em uma rua escura de São Paulo tombava em uma emboscada, um dos grandes nomes da esquerda brasileira e da resistência implacável e armada a ditadura militar, seu nome Carlos Marighella, ou apenas Marighella. Baiano de São Salvador, filho de uma negra filha de escravos e de um operário imigrante, Marighella desde sua juventude se dedicou as lutas do povo brasileiro e a causa da revolução. Em 1932 ingressou na juventude comunista, mesmo ano de sua primeira prisão, muitas outras viriam anos depois, como também, as torturas, os espancamentos e a clandestinidade. Passa grande parte do período Vargas na cadeia ou clandestino, com a anistia de 1945 tem novamente seus direitos políticos e o Partido Comunista foi posto na legalidade.
Foi deputado constituinte em 1946, eleito pela Bahia, mas assim como os demais comunistas e o próprio partido foi cassado pelo presidente Dutra. Já na década de 50 começou a demonstrar suas divergências táticas e estratégicas com o Partido e após o XX congresso do PCUS, rompe com a posição de coexistência pacífica e de submissão à burguesia da orientação política do partido. Com a revolução cubana no fim da década de 50, Marighella viu a possibilidade da construção de um processo de guerras de guerrilhas em terras brasileiras. Em maio
de 1964, após o golpe militar, é baleado e preso por agentes do DOPS dentro de um cinema, no Rio. Libertado em 19654 por decisão judicial, no ano seguinte opta pela luta armada contra a ditadura, escrevendo A crise brasileira.

Em agosto de 1967
, participa da I Conferência da OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade, realizada em Havana, Cuba, a despeito da orientação contrária do PCB. Aproveitando a estada em Havana, redige Algumas questões sobre a guerrilha no Brail, dedicado à memória do Comandante Che Guevara e tornado público pelo Jornal do Brasil em 05 de setembro de 1968, nesse mesmo ano optou pela luta armada e pela guerrilha urbana ,escrevendo o minimanual do guerrilehiro urbano e fundando a ALN ( Ação Libertadora Nacional) que em conjunto com outra organização de esquerda o MR-8 atuaram no sequestro do embaixador norte-americano.
Com diversas ações, como expropriações bancárias, sabotagens e ações armadas, o regime militar e seus paratos repressivos recrudescem e Marighella e outros militantes de esquerda tornaram-se alvos preferenciais do regime de exceção.
O delegado Fleury e agentes do Dops planejaram toda a ação para a captura de Marighella, principalmente após a queda dos freis dominicanos que sob tortura foram obrigados a marcar um encontro com Marigha.

Então naquela noite de 04 de novembro de 1969 em ação cinematográfica arquitetada pelo Delegado Fleury e agentes do DOPS, por volta das 20 horas, Marighella não teve ao menos tempo tempo para reação, foi baleado por diversos disparos, caindo morto no asfalto frio da alamenda Casabranca, logo depois seu corpo foi colocado em um fusca onde estavan os freis Fernando e Ivo , numa posição que ficou eternizada nas fotos que estaparam os jornais e foram usadas pelos agentes da repressão para mostrar que Marighella estava exterminado.

Carlos Marighella morreu lutando por um país melhor, mais justo e igualitário. Tombou em nome de uma pátria socialista, assim como centenas de companheiros que foram mortos em combate ou nos porões da ditadura, muitos ainda desaparecidos, nem mesmo seus corpos foram entregues a suas famílias. Porém, a memória continua viva, e a luta desses companheiros não foi em vão e todas as lutas do futuro a eles se remetem, como símbolos da resistência e da causa da revolução socialista.

Jefferson Santos


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

As Laranjas e o show

Por Gilmar Mauro

Na região de Capivari, interior de São Paulo, quando alguém exagera, tem uma expressão que diz: "Pare de Show!"
É patético ver alguns senadores(as), deputados(as) e outros tantos "ilustres" se revezarem nos microfones em defesa das laranjas da Cutrale. Muitos destes, possivelmente, já foram beneficiados com os "sucos" da empresa para suas campanhas, ou estão de olho para obter "vitaminas" no próximo pleito. Mas nenhum deles levantou uma folha para denunciar o grande grilo do complexo Monções. As laranjas, e não poderia ser planta melhor, são a tentativa de justificar o grilo da Cutrale e de outras empresas daquela região. Passar por cima das laranjas é passar por cima do grilo e da corrupção que mantém esta situação há tanto tempo.
Não é a primeira vez que ocupamos este latifúndio. Eu mesmo ajudei a fazer a primeira ocupação na região, em 1995, para denunciar o grilo e pedir ao Estado providências na arrecadação das terras para a Reforma Agrária. Passados quase 10 anos, algumas áreas foram arrecadadas e hoje são assentamentos, mas a maioria das terras continua sob o domínio de grandes grupos econômicos. E mais, a Cutrale instalou-se lá há 4 ou 5 anos, sabendo que as terras eram griladas e, portanto, com claro interesse na regularização das terras a seu favor. Para tanto, plantou laranjas! Aliás, parece ter plantado um laranjal em parte do Congresso Nacional e nos meios de comunicação. O que não é nenhuma novidade!
Durante a nossa marcha Campinas-São Paulo, realizada em agosto, um acidente provocou a morte da companheira Maria Cícera, uma senhora que estava acampada há 9 anos lutando para ter o seu pedaço de terra e morreu sem tê-lo. Esta senhora estava acampada na região do grilo, mas nenhum dos ilustres defensores das laranjas pediu a palavra para denunciar a situação. Nenhum dos ilustres fez críticas para denunciar a inoperância do Executivo ou Judiciário, em arrecadar as terras que são da União para resolver o problema da Dona Cícera e das centenas de famílias que lutam por um pedaço de terra naquela região, e das outras milhares de pessoas no país.
Poucos no Congresso Nacional levantam a voz para garantir que sejam aplicadas as leis da Constituição que falam da Função Social da Terra:
a) Produzir na terra;b) Respeitar a legislação ambiental ec) Respeitar a legislação trabalhista.
Não preciso delongas para dizer que a Constituição de 1988 não foi cumprida. E muitos falam de Estado Democrático de Direito! Para quem? Com certeza estes vêem o artigo que defende a propriedade a qualquer custo. Este Estado Democrático de Direito para alguns poucos é o Estado mantenedor da propriedade, da concentração de terras e riquezas, de repressão e criminalização para os movimentos sociais e para a maioria do povo.
Para aqueles que se sustentam na/da "pequena política", com microfones disponíveis em rede nacional, e acreditam que a história terminou, de fato, encontram nestes episódios a matéria prima para o gozo pessoal e, com isso, só explicitam a sua pobreza subjetiva. E para eles, é certo, a história terminou. Mas para a grande maioria, que acredita que a história continua, que o melhor da história sequer começou, fazem da sua luta cotidiana espaço de debate e construção de uma sociedade mais justa. Acreditam ser possível dar função social à terra e a todos os recursos produzidos pela sociedade. Lutam para termos uma agricultura que produza alimentos saudáveis em benefício dos seres humanos sem devastação ambiental. Querem e, com certeza terão, um mundo que planeje, sob outros paradigmas que não os do lucro e da mercadoria, a utilização das terras e dos recursos naturais para que as futuras gerações possam, melhor do que hoje, viver em harmonia com o meio ambiente e sem os graves problemas socias.
A grande política exige grandes homens e mulheres, não os diminutos políticos - não no sentido do porte físico - da atualidade; a grande política exige grandes projetos e uma subjetividade rica - não no sentido material - que permita planejar o futuro plantando as sementes aqui e agora. Por mais otimista que sejamos, é pouco provável visualizar que "laranjas" possam fazer isso. Aliás, é nas crises, é nos conflitos que se diferencia homens de ratos, ou, laranjas de homens.
Gilmar Mauro é integrante da coordenação nacional do MST.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mercedes Sosa : A voz da Resistência

No amanhecer do último domingo nos deixou uma das grandes vozes latino-americanas, a cantora Mercedes Sosa. Nascida em uma pequena cidade argentina no ano de 1935, Mercedes sosa, também conhecida como La Negra, devido sua ascendência ameríndia, foi ícone da canção e da cultura Latino-americana.

Em sua voz ouvimos versos de Pablo Neruda, de Violeta Parra, de Victor Jara e Gabriela Mistral e canções como Hasta La victoria Siempre, Gracias a la vida e Corazón Libre. Embalou e comoveu gerações de homens e mulheres latino-americanos oprimidos pelas ditaduras militares que assolaram a América do Sul nos anos 70 e 80, sendo também vítima, sofrendo na pele as dores do exílio. Apesar disso, nunca deixou o compromisso político com os ideais de liberdade, igualdade e justiça social para os povos latino-americanos, com a atitude de sua voz e seu ativismo político.

Levou para o mundo as tradições e a cultura popular dos povos da América-Latina, cantando seus lamentos, tristezas e a perspectiva da mudança diante de realidades tão sofridas.

Seu funeral foi seguido por milhares de admiradores, que com aplausos, lágrimas e canções fizeram sua última homenagem a esta grande voz que deixou marcas profundas nas últimas décadas do século 20 e uma obra eternizada para gerações futuras .

Como escreveu Teresa Parodi, uma das amigas mais próximas, em seus versos de despedida: "Mercedes, oração amorosa, mãe, mulher da América ferida, tua canção nos põe asas e faz com que a pátria toda e desolada não morra ainda porque sempre cantarás em nossas almas".

Com certeza, esta voz se cala por apenas um instante, pois suas mensagens de liberdade, democracia e justiça ressoarão perenemente nos corações e mentes desta América-Latina tão espoliada, mas símbolo de revoluções e movimentos insurrecionais.




CANAL LIVRE ? PRÁ QUEM?



NAS ÚlTiMAS SEMANAS O PROGRAMA CANAL LIVRE DA REDE BANDEIRANTES DE TV, TRATOU DE DOIS TEMAS QUE REPECUTEM ATUALMENTE NA SOCIEDADE BRASILEIRA, O PRIMEIRO A RESPEITO DA SITUAÇÃO POLÍTICA DE HONDURAS E O SEGUNDO SOBRE A POLÍTICA DE COTA RACIAL NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS. COTANDO SEMPRE COM UMA BANCADA PRONTA A DEBATER A PARTIR DE UMA ÓTICA CONSERVADORA E ELITISTA, NO CASO DE HONDURAS E A PARTICIPAÇÃO DA DIPLOMACIA BRASILEIRA, FICOU CLARO A TENTATIVA DE INVERTER A SITUAÇÃO E CULPABILIZAR O GOVERNO BRASILEIRO E O PRESIDENTE DEPOSTO ZELAYA PELA SITUAÇÃO TENSA NO PAÍS NOS ÚLTIMOS DIAS , O PROGRAMA CONTOU APENAS COM UM CONVIDADO ( UM ADVOGADO POR SINAL) QUE DEFENDEU A IDÉIA DE QUE NÃO HOUVE UM GOLPE DE ESTADO, MAS UMA AÇÃO DOS PODERES LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO PARA PROTEGER O ESTADO HONDURENHO DE UMA PERPETUAÇÃO NO PODER DE ZELAYA E TODOS OS PROCEDIMENTOS POLÍTICOS DO PROCESSO DE DEPOSIÇÃO DO PRESIDENTE, DEMOCRATICAMENTE ELEITO, ESTAVAM GARANTIDOS PELA CONSTITUIÇÃO HONDURENHA. TANTO O CONVIDADO COMO OS DEBATEDORES DO PROGRAMA TIRAM O FOCO DA AÇÃO DOS MILITARES E CENTRAM FOGO CERRADO NA DIPLOMACIA BRASILEIRA , NO PRESIDENTE VENEZUELANO HUGO CHAVES E NAS SUPOSTAS INTENÇÕES DE REELEIÇÃO DE ZELAYA, DIZENDO SER INTOLERÁVEL MUDAR AS REGRAS DO JOGO COM O JOGO EM ANDAMENTO, E O RESPONSÁVEL PELA MUDANÇA SE BENEFICIAR DELA, PARECE-ME QUE ALGO PARECIDO ACONTECEU EM NOSSO PAÍS EM 1996, SEI LÁ ENTENDE...
NO PROGRAMA SOBRE COTA RACIAL, O CONVIDADO ( SEMPRE A POSTOS) DEMETRIO MAGNOLI FALOU SOBRE SEU NOVO LIVRO E JUNTAMENTE COM OS DEBATEDORES QUISERAM IMPUTAR A POLÍTICA DE COTAS RACIAIS UMA POSSÍVEL SEGREGAÇÃO RACIAL NO NOSSO PAÍS, COMO SE GRANDE PARTE DA POPULAÇÃO NEGRA E POBRE NO BRASIL JÁ NÃO ESTIVESSE APARTADA DE QUALQUER ACESSO A CIDADANIA PLENA, COM UM DISCURSO SEDUTOR MAGNOLI TENTA CONVENCER DE QUE O PROBLEMA DO ACESSO A UNIVERSIDADE É APENAS SOCIAL E QUE O ALUNO BRANCO NÃO DEVE PAGAR PELOS CRIMES DA ESCRAVIDÃO DE SÉCULOS PASSADOS, RETOMANDO A VELHA QUESTÃO QUE A ESCRAVIDÃO PARA O NEGRO ERA CASTIGO E PARA O BRANCO ERA UMA FARDO.

NESTES DOIS EXEMPLOS FICA CLARA A MANEIRA DESCARADA QUE NOSSA MÍDIA VEM TRATANDO OS TEMAS NACIONAIS DE FORMA CONSERVADORA E Á DIREITA, TENTANTO INVERTER SITUAÇÕES, CRIMALIZANDO MOVIMENTOS SOCIAIS E CHAMANDO PRA SI A RESPOSABILIDADE DA MANUTENCÇÃO DA DEMOCRACIA E DO ESTADO DE DIREITO BRASILEIRO, COMO SE LIBERDADE DE IMPRENSA (QUAL IMPRENSA?) FOSSE SINÔNIMO DE CIDADANIA E JUSTIÇA SOCIAL.

sábado, 19 de setembro de 2009

Carta Capital : Quem te viu, quem te vê?


Após a decisão arbitrária do STF sobre o caso Cesare Battisti no último dia 09, já esperava vê-la estampada nas principais capas de nossas revistas semanais. Veja, Isto é e Época com certeza iriam repercutir positivamente e de maneira conservadora a negativa ao pedido de asilamento de Battisti e sua possível extradição, comemorada pelos setores atrasados da sociedade brasileira. Porém para minha surpresa e tristeza a única revista semanal que trouxe em sua capa tal fato foi Carta Capital do senhor Mino Carta, uma revista que se apresentava até então como alternativa à mídia de mercado e com um enfoque mais à “esquerda” trouxe em suas páginas centrais “a reparação histórica realizada pelo STF de Gilmar Mendes”, segundo a própria revista.

Os jornalistas Leandro Fortes e Walter Maierovitch descrevem a sessão do STF do dia 09 com tamanha minúcia, narrando os diálogos e os tensionamentos durante a discussão da matéria pelos ministros da casa suprema de leis do país. Usando-se dos argumentos que à época dos crimes cometidos por Cesare Battisti a Itália vivia plena democracia, e os supostos crimes eram comuns e não políticos, tanto Leandro Fortes como Walter Maierovitch impõem ao leitor uma visão distorcida do que era realmente a Itália da democracia Cristã da década de 70 e das organizações de esquerda que atuavam naquele contexto. Além disso, os jornalistas superdimensionam os argumentos dos ministros contrários ao asilamento de Battisti e por outro lado desqualificam os ministros que votaram pela manutenção do asilo, usando termos como “mimado”, “trafega nas nuvens” entre outros. Agora somente esperam pela votação final sobre a extradição de Battisti que já dão como certa, apesar de especularem sobre uma possível manobra do governo Lula para empatar a votação e dar ganho de causa a Cesare Battisti.

Fica claro amigos que mesmo setores da imprensa que se dizem progressistas acabam tendo um “pezinho na cozinha” da reação, e em fatos como este que movimentam a opinião pública, acabam por dar satisfação aos setores que representam e são porta-vozes. Espero que tenha sido apenas um pequeno vacilo desta importante revista semanal, pois caso contrário teremos sempre nossas bancas de jornais aos finais de semana invadidas pelo palavrório da direita deste país.



segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Políticas de cotas: um caminho para o racismo?

Começo este texto como uma indagação, mas ao mesmo tempo este é o cenário vislumbrado por aqueles que são ferozmente contra a política de cotas para negros e afro-descendentes em Universidades Públicas no Brasil . O geógrafo Demétrio Magnoli, mas também especialista em qualquer assunto quando chamado pela direita para dar pitaco, lançou um livro sobre o assunto e reforça ainda mais esta idéia da segregação racial que seria criada em um futuro de políticas de cotas e de ações raciais afirmativas, teríamos um país divido entre brancos e negros, e a raça seria nossa carteira de identidade, palavras do autor.

Juntamente com esta visão de um país segregado, todos os que se levantam contra a política de cotas raciais tem seu argumento baseado em dois elementos:

O primeiro, a necessidade premente da melhoria da qualidade da educação básica pública para possibilitar uma situação de igualdade entre alunos da educação pública e privada. Contra esse argumento ninguém com certeza é contra, precisamos de reformas urgentes na educação básica, mas isso é um processo lento, de décadas, para quando a educação for pensada realmente como política pública, mas o que temos sempre são arremedos de reformas no ensino, ficando difícil vislumbrar mesmo que a longo prazo um educação pública de qualidade. O segundo elemento levantado contra as cotas é o seu quesito racial, muitos defendem que a cota deveria ser social, cota para pobres, sejam eles brancos ou negros, novamente outro argumento que parece óbvio e por isso tão sedutor dos setores médios da sociedade, outra falácia pois a maioria da população pobre é negra ou afro-descendente, os negros tem os menores salários e menor poder aquisitivo mesmo em relação aos brancos pobres. Como podemos observar são dois argumentos que na verdade fazem parte do mesmo discurso, excluir os negros das universidades públicas brasileiras e reforçar o ideário de que no Brasil não existe racismo, como diz o novo arauto da democracia racial Ali Kamel, chefe de jornalismo da globo, o problema aqui é a desigualdade social e não racial.

A historiadora Emilia Vioti em seu ótimo trabalho chamado Abolição, relançado ano passado pela editora da Unesp coloca com tamanha propriedade o que significou de fato a abolição legal dos escravos em maio de 1888, foram abandonados a própria sorte não foram incluídos como cidadãos e que o legado de 300 anos de trabalho negro escravo no Brasil este não foi abolido e se faz presente hoje nas diversas dimensões do universo social brasileiro, inclusive no acesso a educação de qualidade.

Então pensar políticas de cotas raciais, é pensarmos sim , em políticas de reparação não só aos negros, mas aos povos indígenas espoliados nos últimos cinco séculos. Uma política urgente de inclusão e de ação afirmativa, o negro assumir sua negritude sem receios, sem ter medo de ser acusado de um racismo às avessas, por mais que torça o nariz a elite conservadora e os setores médios deste país.

Retornando ao título do texto, será as cotas um caminho para o racismo? Com certeza este caminho já está mais que sedimentado e percorrido em 500 anos de história do Brasil, o que precisamos mesmo é pavimentar outras vias assentadas em uma sociedade na qual as diferenças raciais e culturais não sejam sinônimo de desigualdade e discriminação, mas sim de riqueza e diversidade cultural.

domingo, 13 de setembro de 2009

Um reação em cadeia


Uma noite dessas em um bar de São Paulo, um grande camarada e eu conversávamos acerca da nova lei antifumo que acabara de entra em vigor no estado de São Paulo, discutíamos as suas implicações e sua repercussão na mídia e na sociedade civil, porém antes de tudo nos interessava desvendar o que de fato estava implícito nesse tipo de legislação, mas é claro, ninguém em sã consciência inclusive a maioria absoluta dos fumantes é a favor do ato de fumar em lugares públicos e fechados, no entanto leis restritivas e de exceção como esta que segregam socialmente um grupo determinado trazem consigo elementos para além dos artigos e incisos da lei. Na verdade podemos perceber nesta legislação e em outros fatos que descreverei a seguir a onda reacionária que vem marcando o cotidiano de nosso país. A lei antifumo, neste contexto, expressa os ensejos da elite conservadora brasileira pautados por um discurso higienista próprio da limpeza social realizada nas capitais urbanas da belle epoque no final do século 19, a serviço das classes dominantes que queriam extirpar de seus centros urbanos os seres socialmente indesejáveis.

Outro exemplo da onda conservadora que abateu-se sobre o país foi a decisão do Supremo Tribunal Federal negando asilo político a Cesare Battisti tratando-o como um criminoso comum, fazendo coro com a grande imprensa ( revista Veja, os jornais Estado e Folha de São Paulo, aquele mesmo da ditabranda) e com os setores mais atrasados da sociedade brasileira, o mesmo STF que libertou em questão de horas o banqueiro Daniel Dantas e criminaliza os movimentos sociais como o MST, fazendo vistas grossas aos crimes cometidos no campo. O STF cumpriu mais uma vez seu papel a serviço da elite conservadora deste país. Passando até mesmo por cima do poder executivo que havia asilado Battisti.

Por fim gostaria de lembrar do episódio que culminou com o recolhimento de milhares de exemplares de um livro nos colégios públicos de São Paulo após denúncia de uma professora do interior acusando o livro de conter textos e ilustrações impróprias, em suas palavras, pornográficos. Não quero entrar aqui na discussão se este ou aquele livro é próprio ou impróprio para determinada faixa etária, mas este tipo de discurso conservador, típico das senhoras católicas das décadas de 50 e 60 que culminaram na marcha com Deus pela família e liberdade em 1964, pautaram a discussão na imprensa e nas instituições do Estado, inclusive o próprio sindicato dos professores, a APEOESP, se deixou levar por esta fala da reação.

Com certeza outros fatos poderiam ser aqui citados como exemplos desta reação em cadeia, como a atuação da imprensa e da ditadura da mídia crítica implacável dos governos de nossos vizinhos bolivianos, venezuelanos e equatorianos e ao mesmo tempo tão generosos com o tucanato paulista; do movimentos dos “cansados” insuflados pela direita brasileira após o acidentes aéreo da TAM em 2006 que contou com miquinhos amestrados tais como Ivete Sangalo, Hebe Camargo, João Doria Jr. Entre outros.

O que podemos ver então amigos é que vivemos uma onda reacionária, uma reação em cadeia, que já vivemos décadas atrás e em momentos de crise do capital esses setores submergem e fazem seus discurso ecoar em todas as classes e segmentos sociais. Quem mais perde com isso?

A democracia, apesar de seus limites, fica ainda mais refém dos interesses dos grandes grupos econômicos e do controle político das forças do atraso da elite conservadora brasileira.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Cesare Battisti e a face reacionária do STF.


No ano em que o Brasil completou 30 anos da Lei da Anistia assistimos anestesiados e inertes os demandos e a face mais reacionária da justiça brasileira. Na tarde de ontem o Supremo tribunal federal negou a condição de asilado político ao italiano Cesare Battisti , e discute ainda o seu processo de extradição para cumprir pena de prisão perpétua na Itália, por supostos assassinatos cometidos no final da década de 70. Cesare Battisti foi militante do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) organização de esquerda que lutou durante a década de 70 contra os abusos autoritários do Estado italiano e da democracia cristã. Tanto o PAC quanto as Brigadas Vermelhas foram a expressão da luta dos trabalhadores e da população pobre italiana contra um governo de centro direita que vivia a neurose da guerra fria e da crise do capitalismo impondo aos movimentos sociais e organizações de esquerda a violência de seus aparelhos repressivos e leis de exceção. A cena política italiana desse período ficaria conhecida tempos mais tarde por "anos de chumbo"devido a perseguição aos militantes de esquerda e lutadores sociais, negando-lhes o direito de serem considerados presos políticos. Diante desses fatos vemos como foi reacionária a posição do STF que compartilha dessa visão autoritária da Itália da Democracia Cristã e da Forza Italia de Berlusconi que vociferou e ameaçou o governo brasileiro quando asilou Cesare Battisti. Mais uma vez o STF cumpriu o seu papel de justiça burguesa, a mesma que soltou em questão de horas Daniel Dantas e criminaliza os movimentos sociais, como o MST.
Precisamos dar um basta a essas decisões que atendem apenas os interesses das elites em detrimento dos trabalhadores e suas organizações sociais, não podemos aceitar calados as injustiças cometidas pelo STF contra pessoas que dedicaram suas vidas a luta da classe trabalhadora e hoje só querem que seus supostos crmes sejam julgados como políticos e que fiquem encerrados no contexto histórico onde aconteceram.



sábado, 29 de agosto de 2009

O movimento camponês mostra o caminho da Luta




Por muito tempo na história do movimento socialista o campesinato foi considerado uma força social reacionária e reformista , sua luta não passava de movimentos reivindicatórios pela posse da terra e da pequena propriedade, uma classe mais sensível a tramas conservadoras do que o operariado vanguardista. Mas nas últimas décadas essa visão vem sendo desmontada a cada demonstração de resistência dos povos do campo e das populações indígenas da América latina, ao neoliberalismo e a lógica destrutiva do capital que impôs as populações campesinas a expropriação de suas terras para atender os interesses dos grandes produtores rurais e das empresas extrativistas. Na América latina assistimos na última década levantes camponeses contra os demandos da elite colonizadora, reivindicado seus direitos como povos da terra, porém muito sangue foi derramado, indígenas e camponeses sentiram na pele a reação branca e imperialista, mas não baixaram guarda e não desistiram da luta. No México nos surpreendemos em 1994 com o levante zapatista, que através das armas tomaram diversas municipalidades na região de Chiapas, transformando-as em municípios em rebeldia garantindo o controle social da produção e a governança democrática. Já na Bolívia tivemos a eleição do primeiro presidente de etnia indígena da história desse país que realiza reformas no Estado e na constituição para incluir a população pobre e campesina, além das nacionalizações de empresas de setores vitais a economia como a extração de gás natural, ações apoiadas e legitimadas pela população indígena e camponesa.
No Brasil há 25 anos o MST faz parte da vida política do país com ações exigindo a reforma agrária nunca realizada e por políticas estatais de apoio aos homens e mulheres do campo. Foi um quarto de século marcado por invasões , ocupações, marchas e constante enfrentamento com o latifúndio e seus capazes sejam eles políticos ou repressivos. O massacre de Eldorado dos Carajás foi um dos momentos mais marcantes desse confronto que terminou com dezenas de camponeses mortos pela força repressiva do Estado que anos mais tarde foi absolvida pela justiça burguesa por esse crime cometido. Apesar disso, o MST chega aos seus 25 anos mostrando maturidade política, formando líderes e dando uma verdadeira aula de organização política as organizações de esquerda que se dizem vanguarda da luta socialista. O MST nos ensina que a luta política não deve estar separada da luta social, que não existe tática sem estratégia e que para avançarmos para uma sociedade que impeça as atrocidades do capital a humanidade e a natureza, se faz necessário uma revolução social centrada no trabalho e liderada pelas classes trabalhadoras.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Luta Indígena no Peru e o crescimento do Sendero Luminoso
















Nas últimas semanas a amazônia peruana vem sendo manchada de sangue indígena . O governo Alan Garcia com uma política de terror massacra as nações indigenas peruanas que não aceitam as novas leis de terra que visam expulsar os indios de seus territórios para a extração de petróleo e a exploração mineral e florestal por empresas norte americanas e pela elite peruana. Vemos se repetir a espoliação e o genocidio indígena liderados por Pizarro e outros conquistadores espanhóis no vice reino do Peru nos séculos 16 e 17. Hoje para alinhar a economia peruana ao tratado de livre comércio com os EUA, os direitos indígenas são desrespeitados , e em nome da resistência muitos são mortos. Por outro lado, segundo fontes do próprio exército peruano, constata-se o crescimento do movimento Sendero Luminoso, organização revolucionária baseada no maoísmo, que foi quase que aniquilada durante o governo neo-liberal de Fujimori. Com forte base em terras indígenas , durante duas décadas o Sendero luminoso representava a luta legítima dos indios e do povo contra a oligarquia peruana e até mesmo chegou a ameaçar o poder capitalista com suas ações de resistência. Após a desorganização do Sendero com a prisão de seus principais líderes, entre eles Abimael Gusman, a população indígena sentiu com maior força a ofensiva de direita dos governo Fujimori e hoje de Alan Garcia.
Todo o apoio a causa indígena do Peru e de outras nações indigenas da américa latina, assim como os zapatistas de Chiapas, os indios peruanos mostram sua capacidade de resistência, resistência esta que marca os últimos quinhetos anos de luta dos povos latino-americanos.


sábado, 20 de junho de 2009

Luta e Resistência na USP


A Polícia Militar, pela primeira vez em trinta anos, entrou na Cidade Universitária (Campus Central da USP) para atacar estudantes, professores e funcionários numa tarde de sangue, bombas e tiros.
No início de Maio, os funcionários, primeiros a sentir os efeitos da crise capitalista, entraram em greve. Um corte de 5.200 trabalhadores foi anunciado.
O companheiro Claudionor Brandão (dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores da USP - SINTUSP) foi demitido por organizar um piquete junto com os trabalhadores terceirizados. A promessa de um reajuste salarial não cumprido havia colocado os trabalhadores em luta com uma forte greve.
O governo Serra mostra sua truculência contra os trabalhadores e estudantes, que lutam por uma Universidade Pública para todos e de qualidade.

15 Anos de Resistência Zapatista




Há 15 anos, para ser mais exato, no dia 01 de janeiro de 1994 o Mundo acompanha de maneira atônita um movimento de homens e mulheres com seus rostos cobertos e armas nas mãos , que se levantam contra as injustiças e aos 500 anos de agressão aos povos indígenas do sul do México. Esse movimento organizado e denominado de EZLN ( Exército Zapatista de Libertação Nacional) foi uma resposta as investidas de latifundiários que não respeitaram os direitos dos indígenas à terra, direito garantido durante o processo da Revolução Mexicana liderada por Zapata e Villa. O zapatismo surge como expressão de décadas de resistência dos povos indígenas ao Governo central , representado pelo PRI, e do sangue derramado de centenas de lutadores que tombaram em combate. A primeira fase do levante foi marcado pela tomada de diversas municipalidades na região De chiapas, isto causou uma forte reação por parte do governo Salinas que destacou parte do exército nacional para sufocar as forças rebeldes. Mas o movimento ganhou eco na soc iedade civil mexicana e do mundo e os apelos pelo fim da repressão do governo mexicano fazem com que o mesmo recue e redefina sua estratégia. Já o EZNL lança a 1ª Declaração da Selva Lacandona, estabelecendo um diálogo com a sociedade civil mexicana e mostrando que na verdade aquela luta deveria ser do povo mexicano. São declarados, também a instituição dos municípios autônomos em rebeldia baseados na propriedade coletiva da terra e das decisões tomadas por assembéias comunitárias. Nos anos seguintes outras declarações da Selva Lacandona foram feitas e hoje já somam seis, e a partir de 2004 se iniciou a “outra campanha” liderada por Sub Comante Marcos, que tem a tarefa de viajar por todo o México para acumular e agregar forças de esquerda para construir uma grande frente anticapitalista e contra o neo-liberalismo. Diante dessa longa marcha que se apresenta os rebeldes zapatista não podem ser deixar abater, e todos aqueles que ainda acreditam em uma sociedade mais justa, baseada na igualdade na liberdade e na emancipação humana tem que defender incondicionalmente a luta do EZLN