sábado, 27 de março de 2010

Infoproletários desvenda a alienação do trabalho Informacional

Dica de uma ótima leitura, Infoproletários foi lançado no final de 2009 . Organizado por Ricardo Antunes e Ruy Braga, o livro traz uma série de artigos que discutem a precarização do trabalho na chamada sociedade informacional. Os textos tratam com lucidez e tom crítico a situação de milhares de trabalhadores que penam em condições precarizadas de trabalho naquele setor que aglutina o que temos de mais avançado em tecnologia mas apresenta um cotidiano de trabalho que remete as linhas de produção do século XIX, com controles rígidos e intensa pressão por produtividade. Esta contadição faz com esses trabalhadores ditos informacionais tenham uma visão fragmentada e grande dificuldade em se organizar e desenvolver uma consciência de classe, afinal enquanto programadores de softwares se deslumbram com práticas empreendoristas, os operadores de telemarketing não conseguem enxergar a sua reificação nessa rede globalizada.


Outra discussão realizada no livro é a crítica feroz as ideologias que tentam de toda forma negar a centralidade do trabalho como fundamento ontológico do ser social, e construir a ideia que vivemos em uma sociedade sem tensões de classe e com uma relação consensual entre capital trabalho, conceitos como " sociedade pós-industrial", " sociedade da informação" são desmascarados e postos em suspeição como legitimação ideológica da nova fase da sociedade do capital.


O livro também nos leva a pensar possíveis alternativas para superarmos esse estado de coisas, e desenvolvermos estratégias de possíveis análises para pensarmos essa nova morfologia do mundo do trabalho e da classe trabalhadora.

domingo, 7 de março de 2010

"Latifúndio abriu guerra ao MST porque se sente ameaçado"

Por Emanuel Cancella*
Os militantes do MST que se mobilizam pela Reforma Agrária e lutam para melhorar a vida de todos os brasileiros estão sendo presos. A Reforma Agrária está prevista na Constituição Federal. O legislador constitucional teve visão de nação quando fez a lei que objetiva barrar o êxodo rural, gerar emprego e renda no campo, assentar o povo no campo para barrar o processo de favelização e aumentar a produção de alimentos.
Para melhorar a qualidade de vida de seus povos, todos os países de dimensões continentais já fizeram a Reforma Agrária, menos o Brasil. E não é por acaso: cerca de 50% do território brasileiro estão em mãos de 1% de fazendeiros.
A Reforma Agrária é constitucional, tem uma função social preponderante, de interesse de toda a sociedade. O latifúndio abriu guerra ao MST porque se sente ameaçado. Eles não resistem a um debate com a sociedade. Os sem-terra são pobres e, portanto, sem direitos. São julgados diariamente e condenados na TV no horário nobre, sem direito a defesa.
Para mostrar seu poderio, além da perseguição e prisão dos militantes do MST, instalaram uma CPI para investigar o uso do dinheiro público pelo movimento. Essa é a terceira CPI contra o MST em cinco anos.
A atual, além de investigar o uso do dinheiro público pelo MST, não deveria também investigar os financiamentos ao agronegócio e aos pecuaristas e apurar quem traz mais benefício para a sociedade?
Mas eles jamais aceitariam tal desafio. Os poderosos do campo deverão seguir omitindo a verdade para a sociedade.
*Secretário-geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio.