segunda-feira, 9 de novembro de 2009

20 Anos da Queda do Muro de Berlim


Como Hobsbawn analisou em seu livro Era dos Extremos, o breve século XX iniciou-se com a 1ª guerra e findou-se com a queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética. Um século marcado por guerras e tensões políticas, que tiveram como base a ideologia do capital e a construção do socialismo.

Atento neste início de semana, como seria tratado os 20 anos da queda do muro de Berlim, já estava preparado para o tom de vitória e de comemoração à data pelos setores mais à direita da sociedade e dos defensores da economia de mercado e do fim da “crise do capitalismo”.

Os jornais e a televisão mostraram a festa e a integração das duas Alemanhas permeadas pela globalização e pela sociedade do consumir, os alemães do lado oriental não tinham a ilusão de consumo, e aquela sociedade estava assentada sobre outros valores sociais. Alguns anos passados, e as mazelas da desigualdade do capitalismo se fizeram presentes, o desemprego, a violência e a pobreza, mostraram suas faces cruéis, em uma sociedade na qual as políticas de Estado eram marcantes. Hoje não podemos falar em uma integração completa entre o lado ocidental e oriental da Alemanha, um muro invisível construído pelo capital ainda separa aquele país.

É pena, que setores e companheiros de esquerda, também viram como avanço o fim do socialismo naqueles países, dizem que de fato aquilo não tinha nada de socialismo nem mesmo de transição para uma sociedade de iguais e de produção controlada pelos trabalhadores.
Podemos citar aqui, todas as limitações do socialismo real no leste europeu, seus erros, mas para o movimento comunista internacional a queda do muro significou uma grande derrota. O socialismo real era uma das últimas resistências ao capital, principalmente em sua fase mais nefasta, o neoliberalismo.
Com a União Soviética e as outras repúblicas socialistas havia uma correlação de forças mais favorável aos movimentos dos trabalhadores e de luta pelo socialismo. Porém com os desmoronamentos dessas experiências a esquerda internacional sofreu um grande baque e atualmente vive um imenso refluxo. Podemos apenas destacar o movimento camponês, que tem até mesmo uma organização internacional, a Via Campesina. Sindicatos de trabalhadores urbanos, demais movimentos vivem um esvaziamento político, e algumas organizações partidárias se perdem no “programa máximo” e não dialogam com os movimentos sociais. Arrasados nas duas últimas décadas pela ideologia do livre mercado e da sociedade do intenso consumo que chegou a anunciar o fim da história, esses movimentos tentam ganhar fôlego novamente com as fissuras do modelo neoliberal e do capital com sua lógica irracional e destrutiva, mas ainda muito precisa ser feito.

Cabe colocarmos aos que festejam a queda do muro de Berlim, os outros muros construídos nos últimos vinte anos para proteger os interesses dos países ricos e manter os “ intrusos” longe, podemos citar o muro levantado entre os Estados Unidos e México, outro na fronteira entre Israel e a Palestina, todos esses legitimados pelo mundo capitalista. Sem falar nas barreiras invisíveis, mas tão eficientes como muros de concreto, é só falarmos sobre o protecionismo econômico das economias centrais, sua perseguição aos imigrantes, colocando cada vez mais imposições para barrar a entrada de imigrantes de países pobres.

Então companheiros, é hora de levantarmos nossas vozes contra toda essa onda conservadora que assola o mundo e nosso país, precisamos denunciar e atacar por todos meios os setores que criminalizam os movimentos sociais e usam seus jornalões e revistas para difundir seu ideário do atraso contra os setores compromissados com a luta dos trabalhadores.

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