segunda-feira, 2 de novembro de 2009

40 Anos sem Marighella


"Não ficar de joelhos, que não é racional renunciar a ser livre. Mesmo os escravos por vocação devem ser obrigados a ser livres, quando as algemas forem quebradas."
( Carlos Marighella)

Há 40 anos em uma rua escura de São Paulo tombava em uma emboscada, um dos grandes nomes da esquerda brasileira e da resistência implacável e armada a ditadura militar, seu nome Carlos Marighella, ou apenas Marighella. Baiano de São Salvador, filho de uma negra filha de escravos e de um operário imigrante, Marighella desde sua juventude se dedicou as lutas do povo brasileiro e a causa da revolução. Em 1932 ingressou na juventude comunista, mesmo ano de sua primeira prisão, muitas outras viriam anos depois, como também, as torturas, os espancamentos e a clandestinidade. Passa grande parte do período Vargas na cadeia ou clandestino, com a anistia de 1945 tem novamente seus direitos políticos e o Partido Comunista foi posto na legalidade.
Foi deputado constituinte em 1946, eleito pela Bahia, mas assim como os demais comunistas e o próprio partido foi cassado pelo presidente Dutra. Já na década de 50 começou a demonstrar suas divergências táticas e estratégicas com o Partido e após o XX congresso do PCUS, rompe com a posição de coexistência pacífica e de submissão à burguesia da orientação política do partido. Com a revolução cubana no fim da década de 50, Marighella viu a possibilidade da construção de um processo de guerras de guerrilhas em terras brasileiras. Em maio
de 1964, após o golpe militar, é baleado e preso por agentes do DOPS dentro de um cinema, no Rio. Libertado em 19654 por decisão judicial, no ano seguinte opta pela luta armada contra a ditadura, escrevendo A crise brasileira.

Em agosto de 1967
, participa da I Conferência da OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade, realizada em Havana, Cuba, a despeito da orientação contrária do PCB. Aproveitando a estada em Havana, redige Algumas questões sobre a guerrilha no Brail, dedicado à memória do Comandante Che Guevara e tornado público pelo Jornal do Brasil em 05 de setembro de 1968, nesse mesmo ano optou pela luta armada e pela guerrilha urbana ,escrevendo o minimanual do guerrilehiro urbano e fundando a ALN ( Ação Libertadora Nacional) que em conjunto com outra organização de esquerda o MR-8 atuaram no sequestro do embaixador norte-americano.
Com diversas ações, como expropriações bancárias, sabotagens e ações armadas, o regime militar e seus paratos repressivos recrudescem e Marighella e outros militantes de esquerda tornaram-se alvos preferenciais do regime de exceção.
O delegado Fleury e agentes do Dops planejaram toda a ação para a captura de Marighella, principalmente após a queda dos freis dominicanos que sob tortura foram obrigados a marcar um encontro com Marigha.

Então naquela noite de 04 de novembro de 1969 em ação cinematográfica arquitetada pelo Delegado Fleury e agentes do DOPS, por volta das 20 horas, Marighella não teve ao menos tempo tempo para reação, foi baleado por diversos disparos, caindo morto no asfalto frio da alamenda Casabranca, logo depois seu corpo foi colocado em um fusca onde estavan os freis Fernando e Ivo , numa posição que ficou eternizada nas fotos que estaparam os jornais e foram usadas pelos agentes da repressão para mostrar que Marighella estava exterminado.

Carlos Marighella morreu lutando por um país melhor, mais justo e igualitário. Tombou em nome de uma pátria socialista, assim como centenas de companheiros que foram mortos em combate ou nos porões da ditadura, muitos ainda desaparecidos, nem mesmo seus corpos foram entregues a suas famílias. Porém, a memória continua viva, e a luta desses companheiros não foi em vão e todas as lutas do futuro a eles se remetem, como símbolos da resistência e da causa da revolução socialista.

Jefferson Santos


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